Indústria de Peixes

Produção Global

0 milhões
de toneladas em 2018
0 %
proveniente da aquicultura

Piscicultura brasileira

Tilápia

Brasil é o 4º maior produtor mundial

Fonte: Anuário 2020 Peixe Br da Piscicultura

O crescente consumo per capita de pescados e a consequente intensificação da piscicultura e seus impactos justificam a consideração imediata de tratativas para o bem-estar de peixes.

A consideração desse tema é transversal e está vinculada com questões éticas, políticas, econômicas, ambientais e sociais. O momento atual é de uma transição ética de tratamento com os animais, e a inclusão dos peixes na discussão é urgente.

 

A comprovação da senciência animal nos peixes é um pré-requisito básico para avançar em questões de bem-estar para esse grupo de animais. De acordo com a Convenção de Cambridge, peixes possuem substratos neurológicos que geram a consciência e, portanto, podem sofrer e reagir frente a estados negativos. 

A União Europeia reconhece a senciência de peixes desde 2010.

Pontos críticos da piscicultura brasileira:

A piscicultura, como qualquer outro sistema de produção agropecuário, visa a lucratividade,  produzindo o máximo ao menor custo e impacta negativamente a vida dos animais, além de contribuir para a degradação do meio ambiente caso não tenha rigor em suas etapas.

“Paraísos” artificiais

A piscicultura é uma tentativa de garantir o abastecimento de pescados com maximização de lucros, criando esses animais em tanques artificiais. Porém, a utilização de medicamentos e produtos químicos para acelerar o processo de ganho de peso e tamanho dos animais para a venda traz toda uma artificialidade e impactos negativos advindos dessa atividade.

Meio Ambiente comprometido

Muitas vezes não há um correto tratamento dos efluentes da piscicultura, e esses são despejados diretamente no meio ambiente, contribuindo para a contaminação de rios , mares e lençóis freáticos. Essa carga de poluição contribui para o desequilíbrio ambiental como um todo.

Peixes em fuga

Acidentalmente, espécies cultivadas em criadouros podem fugir e invadir outros locais em que sejam consideradas exóticas, o que pode ameaçar outras espécies nativas, e até mesmo contribuir para o desequilíbrio da flora.

Entenda como o bem-estar de peixes é afetado pela piscicultura:

Densidade de lotação

A alta quantidade de peixes por metro cúbico atrelada à baixa qualidade da água prejudica o bem-estar de peixes, e contribui para o aumento da agressividade entre eles, além de elevar a taxa de mortalidade. O aparecimento de doenças e deformidades nos animais também podem ser consequências da alta densidade de peixes em viveiros.

Disponibilidade de alimentos

A piscicultura deve garantir uma dieta adequada e abundante para os diferentes tipos de peixes, sem que haja comprometimento da qualidade da água. No entanto, é comum nesse setor a prática de privação alimentar prolongada (jejum), no período pré-abate. Canibalismo, perda de peso e erosão de nadadeiras são consequências cruéis advindas de jejuns.

Transporte e abate

Um dos pontos mais críticos na piscicultura é relacionado ao abate dos peixes. Os tipos de abate mais vistos no Brasil é a morte por asfixia ou por termonarcose (insensibilização do animal pela diminuição da temperatura). A elevação do estresse fisiológico do animal quando transportado vivo em tanques se dá pela elevada densidade de lotação e o acúmulo de dióxido de carbono e amônia na água. Além disso, é prática comum o transporte de camadas de peixes (ainda vivos) entremeados com camadas gelo: essa prática não garante a dessensibilização do animal, que pode permanecer vivo e sofrendo por horas. Fish market. Taiwan, 2019.

Melhorias no bem-estar de peixes são possíveis!

Peixes são animais de grupos taxonômicos muito diferentes, o que dificulta a compreensão do grau de bem-estar para diferentes espécies, embora algumas iniciativas acadêmicas já apontam para um aumento de pesquisas nesse setor. Dentre as possibilidades de melhoria do setor, estão:

Diminuição ao máximo do número de etapas de manipulação dos peixes*

Evitar exposição dos peixes fora d’água durante o carregamento*

Ajustar a privação de alimento antes do transporte e de acordo com a espécie, o tamanho e temperatura*

Monitorar a qualidade da água e as condições dos peixes*

Investir em treinamentos de insensibilização em feiras de peixe

Fomentar pesquisas acadêmicas em bem-estar de peixes

Ampliar a conscientização da sociedade quanto ao consumo de peixes provenientes da pesca industrial e piscicultura

Agir para a regulamentação e fiscalização da atividade pesqueira industrial no âmbito Federal

*Recomendações sugeridas pela Autoridade de Segurança Alimentar Europeia

Compromissos

Diversas empresas alimentícias que utilizam ingredientes de origem animal, como ovos e carne suína, firmaram compromissos públicos am adotar melhorias de bem-estar animal na sua cadeia de produção. Veja que compromissos são esses.

Galinhas Poedeiras
Suínos